Nova tarifa do transporte público passa a vigorar a partir de 2 de março

A Prefeitura de Sorocaba, por meio da Secretaria de Mobilidade e Acessibilidade, informa que o passe social, utilizado pela maioria da população no transporte coletivo urbano, vai custar R$ 4,10 a partir de 2 de março. O reajuste é de 7,89% e visa recuperar as perdas de 14 meses sem elevação. Os usuários poderão comprar créditos nos preços atuais até 1º de março.

“Enfrentamos uma crise econômica grave na Prefeitura, em razão da forma de gestão do nosso antecessor, que nos deixou o caixa no vermelho, além de diversas dívidas para pagar. Por isto, o sistema não poderia arcar com uma elevação do subsídio ao transporte”, disse o prefeito José Crespo.

O subsídio da Prefeitura junto ao transporte coletivo foi de R$ 43.536.000,00 em 2016. A previsão para este ano é de que serão consumidos R$ 70.000.000,00. Tal valor inclui o subsídio propriamente dito de 2017 (R$ 62.000.000,00) acrescido da dívida com as operadoras relativa às previsões contratuais de 2016 (R$ 8.000.000,00), que não foram quitadas.

Além de reduzir o subsídio, o reajuste se tornou necessário para recuperar as perdas provocadas pelos índices inflacionários e a elevação de custos dos insumos no transporte (pneus, combustíveis, peças e acessórios, salários, etc.), acumulados durante os últimos 14 meses em 11,75% na média, bem como a queda acentuada dos passageiros transportados, de aproximadamente 8%, registrada nos últimos cinco anos. 

O reajuste também será aplicado ao passe estudante, que sobe de R$ 1,50 para R$ 1,60, e ao vale transporte, que passa de R$ 4,00 para R$ 4,60. O ajuste envolve ainda a redução do desconto para o valor cobrado aos domingos e feriados. Essa tarifa passará de R$ 1,50 para R$ 2,50. 

Benefícios do sistema

José Crespo disse que o aumento da tarifa sempre será um incômodo, mas destacou que o sistema de transporte de Sorocaba tem diferenciais importantes para o usuário que muitas outras cidades não têm.

O principal deles é a integração temporal ou bilhete único, que permite ao usuário fazer até quatro viagens com uma mesma tarifa. Também citou a tarifa reduzida aos domingos e feriados; o passe estudante, que tem 62,5% de desconto e que passará a ter 65,22% de desconto com o reajuste; o Serviço de Transporte Especial e a gratuidade para idosos já a partir dos 60 anos (a Constituição Federal garante apenas a partir de 65 anos).

A frota também está 100% acessível, com elevadores para cadeirantes e usuários com dificuldades de locomoção, o que a diferencia quanto ao atendimento prestado ao cidadão. Todos os ônibus contam também com sistema de monitoramento via GPS e câmeras que dão mais segurança aos passageiros e motoristas. 

O chefe do Executivo tenta ainda reduzir a equivalência do preço do passe social com o vale transporte. Quando foi presidente da Urbes, há 25 anos, o prefeito tinha estabelecido que o passe social custaria 70% do vale transporte. Hoje ele custa 95%, mas com o reajuste cairá para 89,13%. “A nossa meta é retomar aquele padrão da nossa época”. 

Cidades paradigmas

Desde a sua posse, o prefeito José Crespo determinou ao secretário de Mobilidade e Acessibilidade, Wilson Unterkircher Filho, que buscasse equiparar a tarifa local com cidades paradigmas, ou seja, com o mesmo tamanho de população ou semelhanças de estrutura do serviço de transporte coletivo urbano.

Nesse sentido, Campinas já pratica a tarifa social acima do novo valor de Sorocaba: R$ 4,20. Santos tem tarifa social de R$ 3,45. Já São José dos Campos, que ainda não aplicou aumento na tarifa este ano, cobra o valor de R$ 3,80 pelo passe social. 

Curitiba, cidade referência no transporte coletivo nacional, adota a tarifa de R$ 4,25 em seu sistema. Já Guarulhos, Osasco e Santo André praticam o valor de R$ 4,20. Jundiaí, Ribeirão Preto e São Paulo têm tarifa social de R$ 3,80, mas ainda não concederam reajuste.

Estrutura do transporte 

O modelo de transporte coletivo implantado há mais de 25 anos em Sorocaba, quando o prefeito José Crespo era presidente da Urbes, trouxe um novo panorama de qualidade e eficiência ao serviço prestado. 

Através da gestão do sistema por empresa pública, houve maior eficiência e controle da operação, possibilitando a criação do caixa único, construção de dois terminais fechados com integração física e tarifária, implantação de cobrança automática e melhoria contínua da frota (renovação e implementação de novas tecnologias). 

Passam diariamente pelo Terminal Santo Antônio, o maior da cidade, cerca de 80 mil pessoas e outras 40 mil pessoas passam pelo Terminal São Paulo. São transportados, em média, 4,5 milhões de passageiros/mês. São 106 linhas que percorrem a cidade de norte a sul e de leste a oeste. Juntas, elas realizam cerca de 235 mil viagens/mês. O índice de cumprimento dos horários é de 99%. A frota é composta de 386 veículos, cuja idade média é de cinco anos.